Tudo o que você precisa saber sobre radiação e um pouco mais
Nesse Blog, apresentaremos a você, alguns detalhes e curiosidades sobre a radiação, como ela está presente no nosso dia-a-dia e quais suas implicações para o futuro da sociedade humana.
Tempo de Leitura: 14 minutos e 40 segundos
Conteúdo do Texto:
Radiação: um breve estudo;
Radiação na Alimentação;
Como a Radiação salva Vidas;
Armamentos;
Energia e Radiação;
Os maiores acidentes Nucleares da História;
Curiosidades sobre a Radiação;
O futuro da ciência à respeito da radiação;
Radiação: um breve Estudo
Assim que ouvimos a palavra Radiação, instintivamente à associamos à guerras, acidentes e, por consequência, mortes. No entanto, muito do que conhecemos sobre a química moderna, no que diz respeito à estrutura do átomo e como esta se comporta, deve-se em partes ao árduo trabalho de físicos e químicos no campo de estudos sobre a radiação como, Ernest Rutherford, Marie Curie, Pierre Curie, Albert Einstein, entre outros.
Desse modo, os estudos físico-químicos que se referem à radiação, compreendem desde a formação de novos elementos químicos até a decaimento radioativo, passando pelas partículas e subpartículas que constituem a matéria.
Esse conhecimento é de extrema importância para diversos campos de atuação como veremos a seguir:
Radiação na Alimentação
Por analogia, quando abordamos o tema alimentação, a última coisa que nos vem à mente é radiação. Entretanto, por mais surpreendente que possa ser, elas estão diretamente ligadas a esta produção. Como exemplo disso, tem-se o ano de 2005 em que foram irradiadas 404.804 toneladas de alimento em todo o mundo.
Sendo assim, é bem provável que você já tenha ingerido algum alimento que passou por esse processo mas esse não é um motivo para se preocupar, visto que temos o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Desse modo, ele tem como um de seus campos de estudo a Irradiação de Alimentos. Essas pesquisas comprovam não somente o fato de que a irradiação de alimentos não afeta a vida de quem consome, mas também é extremamente eficaz na eliminação de micro-organismos nocivos à vida humana.
Além dos benefícios na alimentação, produtos irradiados suportam um maior tempo de prateleira, resistindo até mesmo por meses sem algum tipo de armazenamento especializado. Assim, em função dessa maior resistência o desperdício é menor, acarretando em maiores estoques do produto, diminuindo o valor dos mesmos para os consumidores e, por consequência, reduzindo também os gastos dos agricultores com grandes remessas de produtos para suprir a demanda do mercado.
Entretanto, mesmo com todos esses benefícios, alguns alimentos não podem ser submetidos à esse processo. Alimentos ricos em gorduras, como o leite, sofrem alterações organolépticas, modificando seu sabor e tornando o produto impalatável.
Com isso em mente, só nos resta saber como identificar um produto que passou por esse processo. O que é uma tarefa extremamente simples pois, produtos que são submetidos à esse procedimento têm por um consenso mundial a RADURA (símbolo à direita) ou em sua embalagem a frase "ALIMENTO TRATADO POR IRRADIAÇÃO".
Como a Radiação salva vida
Como dito anteriormente, os estudos da radiação abrangem uma vasta gama de conhecimentos. Parte desse conhecimento também é aproveitado pela medicina, no tratamento, por exemplo, de alguns tipos de câncer, sendo aplicada na Radioterapia.
Esse tratamento consiste em expor o tumor do paciente à grandes doses controladas de radiação, visando afetar minimamente tecidos adjacentes e buscando impedir o crescimento do tumor. Dessa forma, auxiliando o corpo no combate de possíveis metástases futuras.
Além de atuar no tratamento de tumores cancerígenos, a radiação também é utilizada em exames de Radiografia, o famoso exame de Raio X. Com a finalidade de obter-se diagnósticos rápidos e precisos, o exame é aplicado também em casos de emergência onde o tempo é o que definirá o sucesso de uma operação.
Complementando o diagnóstico de doenças, temos os contrastes radioativos, eles tem a função de aderir com maior facilidade à regiões afetadas por câncer, possibilitando a detecção dessas regiões em imagens visualizadas em computadores.
Armamento
Mesmo que hoje ela também seja utilizada para salvar vidas, um dos maiores marcos históricos para a humanidade e seu contato com a radiação se iniciou com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, que devastaram as duas cidades ao final da segunda guerra mundial e levaram à morte de mais 220 mil pessoas.
Essas bombas possuíam somadas aproximadamente 36 kilotons (unidade de medida que mensura a força de explosão de bombas em toneladas de tnt), somente a bomba de Hiroshima foi capaz de gerar 15 kilotons, o equivalente a aproximadamente 62,8 Tera Joules. Energia essa suficiente para aquecer as imediações à temperaturas centenas de vezes maiores que a da superfície do sol.
Não apenas essas, mas várias outras bombas nucleares já foram produzidas, um grande exemplo, foi a Ogiva Soviética de codinome "Ivan", que posteriormente ficaria conhecida como Tsar Bomb, uma bomba com potencial de destruição de 50 Megatons, mais de duas bilhões de vezes o potencial explosivo da bomba de Hiroshima.
Além das bombas de Fissão, ainda existem as bombas de Fusão, que tem como princípio de funcionamento a fusão do hidrogênio, que libera quantidades muito maiores de energia, além de não espalhar tanta radiação e gerar com mais facilidade um processo conhecido como inverno nuclear.
Energia e Radiação
Anos após o término da Segunda Guerra Mundial, o mundo encontrava-se em um momento conflituoso entre as duas Maiores potências, a URSS e os Estados Unidos. Esse momento viria a ser conhecido como guerra fria, um momento extremamente importante para o desenvolvimento de novas e importantes tecnologias, como o computador, internet, forno micro-ondas e a importantíssima energia nuclear.
Contudo, os reatores que produzem energia nuclear como conhecemos hoje, não foram desenvolvidos com esse objetivo. A corrida Armamentista era um conflito de extrema importância para os Americanos e Soviéticos sendo assim, a função inicial dos primeiros reatores era a produção de Plutônio para a confecção de ogivas nucleares.